Doutorado

Cidade em Metamorfose

Marcos Vinícius Bohmer Britto

Tudo que é físico tem uma forma. Tudo que tem forma, se coafeta no tempo. Tudo que se coafeta no tempo, se transforma. A busca por uma perspectiva de tempo e espaço através de Goethe e Coccia resulta num entendimento da definição de Morfologia como um processo de domesticação de formas sucessivas, mas também de formas simultâneas. Cada objeto – vivo ou não – é, foi e será em si mesmo uma pluralidade de formas dentro do seu próprio processo de metamorfose. No entanto, cada uma dessas formas não existe de maneira autônoma, individual, separada, pois cada qual se define na relação com as outras, num movimento constante. Tudo que está formado, será logo transformado novamente. A Morfologia Urbana, por outro lado, determina que o tempo da cidade é o tempo dos ciclos de desenvolvimento, tempo da periodicidade da criação e adaptação das formas físicas construídas pelo homem. Uma dupla domesticação! A busca por outras relações espaço-temporais aponta para fora do campo, estendendo as possibilidades para além das limitações impostas pelos métodos analíticos que o campo da Morfologia Urbana constituiu. Após uma crítica à noção de tempo, forma e conteúdo na morfologia urbana, se trará a proposição de leituras outras da relação espaço-temporal na cidade, pelo atravessamento de um romance de Clarice Lispector – A cidade sitiada –.


Palavras-chave: Morfologia Urbana. Metamorfose. Cidade


ORIENTADOR

Luiz Antônio Souza


PERÍODO

2019-atual