TFG

TRANS.SSA: un piano di arcipelago per Salvador

Blerta Copa e Mariachiara Mondini

2014

As conformações urbanas são exclusivas, especiais, ainda mais em uma cidade como Salvador, que vê dentro de si outras cidades, esquecidas, desprezadas, abandonadas, cercadas, excluídas. E se nos afastássemos das nossas idéias enquadradas em definições de dicionário e escrevêssemos uma nova história da cidade, com novos elementos, novas conotações, fusões e colagem de camadas urbanas e sociais, onde a estrada não é apenas a estrada, mas transforma-se em praça, casa, quintal, onde a casa se torna rua e praça… Seríamos, então, arquitetos, artistas, antropólogos, para parar e olhar a cidade como sobreposição, sedimentação de permanências no tempo de usos e ações. Partindo da constatação da peculiar capacidade de transformação do espaço que as práticas possuem, visamos à construção de um projeto que use essas últimas como elemento principal de impacto no território. Em uma cidade feita de ilhas independentes, mas, ao mesmo tempo, ligadas entre elas pelos fluxos das pessoas, o objetivo è criar laços, deslocações, tramas entre os mundos. Como em um jogo, vamos usar as práticas urbanas para cruzar, reverter, descontextualizar, transformar os conceitos ortodoxos de espaço público e privado. O projeto feito de pessoas, das pessoas, para as pessoas, que nasce dentro do tecido vivo da cidade, tenta de desconstruir a lógica hegemônica das grandes obras urbanas. Como tudo isso pode acontecer através do uso das práticas? A hibridização é a ferramenta. Hibridização que vem de um contexto histórico e cultural, é usada para criar enxertos, sobreposições, contrastes. Na hibridização do corpo urbano, as ruas não serão mais linhas de ligação de um ponto para o outro, somente de passagem, mas, sim, de lugares onde ficar, morar, descansar, tomar banho e banho de sol, brincar, dançar, ler; as ruínas voltarão a ser casas, virarão praças, parques, quadras de esporte, mirantes, museus. Cada ilha possui uma especifica porosidade, e, consequentemente, cada uma desencadeia em um diferente tipo de abertura ou fechamento com as outras partes da cidade. Dito isso, entendemos como as ilhas que possuem o mesmo grau de fechamento (aqui chamadas de “enclaves” no nível máximo) podem ser diferentes entre elas, até opostas, do ponto de vista tipológico. Podem ser enclaves “de escolha” ou “de resistência”: as primeiras escolhem de se isolar da realidade urbana, como “espaços que suspendem, neutralizam ou invertem o conjunto de relações que se acham refletidos para eles” (heterotopia – Foucault) que se abstraem do contexto; as segundas se isolam para evitar serem devoradas do resto da cidade. Um contexto que se quer esquecer, um contexto que quer esquecer. As maiores críticas se encontram no momento em que essas ilhas perdem a porosidade básica, ou seja se transformam em enclaves. Não há problemas no fato de ser ilha: ilha de memórias, ilha de tradições, de conhecimentos, e de identidades que se sobrepõem ao longo de curso da história. A “totalidade” – cidade deve ser vista como “pluralidade considerada como unidade” ou “unidade da diversidade”, em acordo com A. Labiola e E. Sereni (1970). Daqui a cidade como pluralidade de sistemas em relação entre eles, em constante modificação. “O espaço não é nem uma coisa, nem um sistema de coisas, senão uma realidade relacional: coisas e relações juntas” (Milton Santos). Dessa relação, rende-se clara a razão para que o total fechamento de uma ilha representa uma forte crítica: porque é sintomática da impossibilidade de criar trocas, ligações, tecelagens. Em outras palavras de criar relações, “agir com injeções, pressões é distribuir energia através da pele. É a epiderme de tecidos urbanos que nos permite transformar o metabolismo interno desse organismo” (Manuel de Solà-Morales). O que aconteceria se, dentro de uma ilha que quer se abstrair da cidade, colocássemos praticas que não a pertencem, próprias de outras ilhas? Um pedaço de cidade que ela mesma quer esquecer e que está negando? Como acontecerá esse enxerto


Palavras-chave: Práticas urbanas. Espaço público. Privado. Hibridização. Enclaves. Ação. Ilhas.


ORIENTADOR

Remo Dorigati (Politecnica di Milano)

COORIENTADORA

Paola Berenstein Jacques


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