Artigo

POR UMA ÉTICA DO EMARANHAMENTO: práticas cotidianas como ‘ações-fio’ de um urbanismo implicado

Bárbara Silva da Veiga Cabral

2023


Anais do urbBA[23], Salvador, 2023

ISSN: 1984-8781

A partir de uma experiência urbano-performativa realizada em 2018 nos chãos da Barra da Tijuca, bairro de urbanização modernista carioca, este texto propõe uma reflexão sobre tensionamentos entre planejamento urbano, interesses privados e práticas cotidianas de cidade. Nestas linhas, o mesmo corpo que agiu TECIDO-NÃO-TECIDO (2018) se debruça sobre questões nascidas da atualização de planos fundamentalmente modernistas (de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa) por inúmeras concessões, pés, panos e mãos. Na companhia do pensamento radical de Denise Ferreira da Silva (2016) contra a lógica moderna, racista e antropocêntrica que nos molda, bem como das materialidades constitutivas da ação performativa e dos chãos em questão, o artigo puxa, ainda, um fio da “ética da tessitura” de Ana Fernandes (2021) em direção a uma ética do emaranhamento – por práticas urbanísticas substancialmente implicadas às ações, gestos e fazeções cotidianas que emergem dos territórios em que se dão, os transformando. Nesse sentido e caminhando por um vocabulário têxtil, o texto aponta o agenciamento de gestos-fio (Torres, 2005), ações-fio (Fernandes, 2021) e tecidos não tecidos (Cabral, 2021) como práxis de um urbanismo emaranhado. Os questionamentos e proposições aqui expostos fazem parte de uma pesquisa continuada, hoje desenvolvida no âmbito do doutorado em Urbanismo da UFBA, que busca aliar práticas performativas e cotidianas na formulação de metodologias de projeto mais incorporadas, alternativas às hegemônicas e restritas do campo urbanístico.


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