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Atualização da Participação Urbana na Cidade Contemporânea:

Hoje no campo do urbanismo e do planejamento urbano o termo participação foi tão banalizado e, com isso, vulgarizado, que nos parece ter perdido a sua força e poder originais de buscar uma construção realmente coletiva das cidades. O termo foi incorporado, com sentidos por vezes contraditórios, nos mais variados discursos: de adeptos do planejamento estratégico ou do neo-urbanismo, de empresas multinacionais privadas, de municipalidades das mais distintas cores políticas, do próprio ministério das cidades (estatuto da cidade), de organizações do 3o setor (ONGs), dos bancos (mundial, interamericano de desenvolvimento etc). Este Atelier busca tentar problematizar a questão da participação urbana e, sobretudo, atualizar este termo tão desgastado. Por que será que sempre se fala em participação no momento de urbanização de áreas carentes (em geral auto-construídas e por isso mesmo já participativas) e quase nunca se fala em participação para as intervenções do resto da cidade dita formal (sobretudo nas áreas mais abastadas)? No caso das favelas ou outras áreas informais, o morador também é, em vários casos, o construtor de seu próprio espaço, ou seja, a própria idéia de ação, ou melhor, de participação dos habitantes, já é evidente. Ao contrário dos espaços quase estáticos e fixos (planejados, projetados e acabados) da cidade dita formal, nas favelas o dito usuário do espaço, geralmente passivo (espectador), se torna quase sempre ator (e/ou co-autor) e participante. Buscaremos outras formas de intervenção na cidade contemporânea considerando que diante de sua atual complexidade, a maioria dos métodos tradicionais da arquitetura e do urbanismo já não funciona há muito tempo. Tentaremos trabalhar com outro tipo de ação urbana, que incorpora o outro (o morador-usuário), mostra outros meios de agir, interagir e intervir nessas situações contemporâneas, nas quais os procedimentos usuais não abrangem mais toda sua complexidade, principalmente quando formalidade e informalidade se mesclam. Essa ação pode se inspirar na informalidade para contaminar a formalidade e/ou vice-versa. Tentaremos incorporar, através desse tipo de ação, os mais variados desejos, situações, acontecimentos, experiências e subjetividades urbanas. Buscaremos propor trocas e negociações entre os mais diversos atores urbanos, tentando possibilitar a coexistência de diferentes vontades urbanas, promovendo uma possibilidade de participação de habitantes e uma construção mais coletiva da cidade.